O jardim é o espaço ideal para uma viagem de três séculos de história e de arquitetura urbana através da cor. O edifício restaurado do século XVIII, pintado em ocre com uma tinta à base de cal, vai buscar a cor recorrente nas fortalezas da Madeira e o rosa, tão comum nas quintas madeirenses, foi mantido na zona da biblioteca, respeitando a cor já existente nesta parte do imóvel. A amarelo, o edifício que corresponde à mansão senhorial do século XIX, demolida nos anos 80, mas cuja reconstrução respeitou a volumetria e no lado oposto, os três prédios do início do século XX, da Rua das Pretas.
No pavimento do jardim foram aplicadas as poucas lajes antigas recuperadas do interior da padaria, criando uma memória do que existia, e completadas com lajes recentes de cantaria rija, rocha vulcânica dura e de cor cinzenta. A cantaria dura e a cantaria mole, rocha piroclástica com variação cromática entre o vermelho, castanho e amarelo, coexistem no arco e nas ombreiras das portas e janelas. O facto de o prédio ter sido nivelado para uma cota mais baixa levou a adaptações nas aberturas de portas e janelas, o que implicou a necessidade de introduzir algumas peças de cantaria, que cortadas a direito, diferenciam as recentes das originais.
Pormenor curioso e revelador do rebaixamento da cota é o antigo escoadouro de águas pluviais, que estar junto ao solo.
O pátio da esplanada é de calçada de calhau cortado, num padrão linear monocromático e os muros que o circundam são em blocos de basalto, rocha predominante na Madeira.